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Um levantamento da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), mostra que a participação de renováveis na matriz energética brasileira passou de 39,4% em 2014 para 41,2% no ano passado. No caso da oferta de energia eólica, a variação foi de 2% para 3,5% na comparação entre 2014 e 2015; já a de energia solar passou a representar 0,01% da matriz renovável em 2015.
“O setor ficou praticamente imune à crise. Toda a economia sofreu o efeito da recessão, mas as gerações eólica e solar conseguiram manter uma atividade robusta. Com a redução da demanda, teve de haver um ajuste nessa situação, mas sem retrocesso, pois já houve um esforço para diversificar a matriz. Assim, aconteceu uma geração de investimentos, mantidos por conta do credenciamento da demanda, que permitiu esse cenário”, explicou o consultor da FGV-Energia, Paulo César Cunha.
A energia renovável abrange modalidades como a geração por biomassa, a hidráulica, lenha, carvão mineral, eólica e solar e se caracteriza pelo baixo custo de implantação, o que torna o setor ainda mais atrativo para investidores. Segundo Cunha, os investimentos no setor chegam a US$ 30 bilhões por ano.
Em dez anos, esse tipo de energia renovável cresceu no País, passando de 2,8% de toda a oferta de energia interna em 2004 para 4,1%, em 2014, de acordo com o Ministério de Minas e Energia. O governo federal, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), investiu mais de R$ 155 bilhões em forma de financiamento para 769 inciativas de energias renováveis no período de 2003 a 2015. Somente na energia eólica, foram mais de R$ 18 bilhões em financiamento.
A EPE avaliou que a redução na oferta interna de petróleo e derivados contribuiu para a maior participação das renováveis na matriz por conta da substituição das fontes energéticas de modo a atender a demanda por energia.
Além disso, para incentivar a expansão do setor de renováveis, o Ministério de Minas e Energia promove leilões de energia. Para este ano, dois leilões estão previstos em setembro e dezembro, como forma de garantir um mercado consumidor e escoar a produção energética.
“O setor se desenvolveu por conta da política industrial alternativa para a diversificação da matriz”, avaliou Cunha.
Segundo estudo da FGV-Energia, o crescimento mais expressivo da produção de energias renováveis teve um impulso a partir dos anos 2000. Desde então, a indústria do setor já movimentou US$ 260 bilhões em todo o mundo.
A principal fonte de geração de energia elétrica do País ainda é a hídrica, que corresponde a 61,3% da produção, seguida pela produção a partir de combustíveis fósseis (17%), biomassa (8,7%) e eólica (5,9%). É o que aponta o último balanço da Aneel divulgado em agosto deste ano.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, o objetivo do governo é aumentar em 23% a participação de fontes renováveis na matriz energética até 2030, para se adequar aos compromissos assumidos pelo Brasil durante a COP-21. Na ocasião, reuniram-se em Paris representantes de 195 países para discutir questões climáticas.
Entre os países que fazem parte do Brics (Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul), o Brasil é o que tem a maior participação de energia renovável na matriz de geração elétrica. De acordo com o relatório “Energia no Bloco dos BRICS” (2015), as fontes renováveis representaram 73% da geração de energia elétrica do País, em 2014. Nos demais países do grupo, esse percentual varia de 2% a 22%, na China.
Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério de Minas e Energia, Aneel e FGV-Energia | retirado de Aprobio
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