Rio 2016 pretende compensar emissão de 2 milhões de toneladas de gás carbônico
quinta-feira, julho 28, 2016
Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil
Reunir atletas de todo o mundo para romper limites e bater recordes mundiais, no próximo mês, no Rio de Janeiro, trará custos negativos para o planeta. As construções erguidas para abrigar as competições, o dia a dia da organização dos Jogos e as milhares de viagens para a cidade-sede da Olimpíada são atividades que, colateralmente, emitem gases que agravam o efeito estufa.
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Para diminuir esse impacto, em linha com o esforço global de limitar o aumento da temperatura do planeta em 1,5 graus Celsius, a Rio 2016 conseguiu reduzir a projeção inicial de emissões em 20%. Ainda assim, serão geradas 2 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente, 20 vezes mais que as emissões da Olimpíada de Londres, que liberou 90 mil toneladas. A expectativa é mitigar esse montante com tecnologias de baixo carbono e investimentos em educação.
O grande vilão das emissões na Olimpíada do Rio, por causa da localização da cidade, é o transporte. Serão altos os impactos das viagens internacionais de avião, de espectadores, comissões técnicas e de 15 mil atletas ao Rio. As emissões causadas por construções se devem principalmente às obras de uma nova linha de metrô, vias expressas para ônibus e arenas olímpicas.
Por último, está o dia a dia da competição, as operações, que incluem impactos gerados pela alimentação, principalmente pelo consumo de carne (associada ao desmatamento) e aos gastos com energia elétrica, segundo a gerente de Engajamento e Legado para Sustentabilidade da Rio 2016, Tania Braga, que participou de evento hoje (28) no Museu do Amanhã.
“Não só o metrô (a Linha 4), mas a fabricação do vagão, desde a extração do minério até a chegada do minério aqui. Tudo isso está incluído, é um cálculo muito detalhado e abrangente”, explicou. A conta também inclui obras para mitigar os efeitos de chuvas fortes, como os piscinões, na zona norte, e será revista ao final das competições.
Para diminuir esses impactos, a gerente revelou ações estratégicas que foram tomadas pela Rio 2016, entre elas, a opção por etanol (combustível limpo) nos carros da organização, por aparelhos com maior eficiência energética, como no-breaks modernos, evitando, por exemplo, que geradores fiquem ligados por mais tempo, além da oferta de alimentação vegetariana e com mais opções de carne branca, como peixe e frango.
“Colocamos opção vegetariana em todas as refeições. Isso tem um efeito que as pessoas não têm ideia [na redução das emissões]. Na cultura das empresas de catering [fornecimento de alimentação], foi uma quebra de paradigma, eles não tinham nem receitas para isso”, disse Tania Braga. Segundo ela, entre 13 mil e 14 mil refeições devem ser servidas até o fim das competições.
Mitigação
Para compensar o impacto ao meio ambiente, a Rio 2016, por meio de uma de suas patrocinadoras, a empresa estadunidense de produtos químicos Dow, promove tecnologias capazes de mitigar gases de efeito estufa produzidos em atividades econômicas consideradas mais prejudiciais ao planeta, como o setor industrial, agropecuário e o de construção.
Com esse compromisso, a Dow ampliou a oferta de tecnologia limpa em cidades brasileiras e países da América Latina e desenvolveu projetos para melhorar o isolamento térmico de edificações e reduzir gastos com ar-condicionado, e para restaurar pastagens e aumentar a produtividade das lavouras, por exemplo. Toda as emissões que as empresas parceiras da companhia estadunidense deixarem de gerar com a parceria gerará créditos de carbono para abater os impactos da Olimpíada do Rio 2016.
“Temos os 2 milhões [de emissões], isso está comprovado, verificado por terceiro, mas o mais importante para a gente é mostrar alternativas economicamente viáveis, para os pecuaristas, por exemplo, reduzirem impactos de atividades no longo prazo”, disse Tania.
Os detalhes da parceria com a Dow e a meta de mitigação da Rio 2016 serão divulgados na segunda-feira (1), no Centro de Mídia, no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca.
Como legado, a Rio 2016 informou que lançará um programa de computador para ajudar no cálculo de emissões de eventos menores. A ferramenta estará disponível no site Observatório do Clima, após as Paralimpíadas, no fim de setembro.
O acordo global para limitar o aquecimento do planeta foi firmado na Conferência do Clima em Paris, em 2015. O compromisso valerá a partir de 2020 e está fundamento em pesquisas científicas que mostram que se a temperatura não parar de subir, o planeta sofrerá efeitos devastadores.
Edição: Luana Lourenço
Reunir atletas de todo o mundo para romper limites e bater recordes mundiais, no próximo mês, no Rio de Janeiro, trará custos negativos para o planeta. As construções erguidas para abrigar as competições, o dia a dia da organização dos Jogos e as milhares de viagens para a cidade-sede da Olimpíada são atividades que, colateralmente, emitem gases que agravam o efeito estufa.
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Para diminuir esse impacto, em linha com o esforço global de limitar o aumento da temperatura do planeta em 1,5 graus Celsius, a Rio 2016 conseguiu reduzir a projeção inicial de emissões em 20%. Ainda assim, serão geradas 2 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente, 20 vezes mais que as emissões da Olimpíada de Londres, que liberou 90 mil toneladas. A expectativa é mitigar esse montante com tecnologias de baixo carbono e investimentos em educação.
O grande vilão das emissões na Olimpíada do Rio, por causa da localização da cidade, é o transporte. Serão altos os impactos das viagens internacionais de avião, de espectadores, comissões técnicas e de 15 mil atletas ao Rio. As emissões causadas por construções se devem principalmente às obras de uma nova linha de metrô, vias expressas para ônibus e arenas olímpicas.
Por último, está o dia a dia da competição, as operações, que incluem impactos gerados pela alimentação, principalmente pelo consumo de carne (associada ao desmatamento) e aos gastos com energia elétrica, segundo a gerente de Engajamento e Legado para Sustentabilidade da Rio 2016, Tania Braga, que participou de evento hoje (28) no Museu do Amanhã.
“Não só o metrô (a Linha 4), mas a fabricação do vagão, desde a extração do minério até a chegada do minério aqui. Tudo isso está incluído, é um cálculo muito detalhado e abrangente”, explicou. A conta também inclui obras para mitigar os efeitos de chuvas fortes, como os piscinões, na zona norte, e será revista ao final das competições.
Para diminuir esses impactos, a gerente revelou ações estratégicas que foram tomadas pela Rio 2016, entre elas, a opção por etanol (combustível limpo) nos carros da organização, por aparelhos com maior eficiência energética, como no-breaks modernos, evitando, por exemplo, que geradores fiquem ligados por mais tempo, além da oferta de alimentação vegetariana e com mais opções de carne branca, como peixe e frango.
“Colocamos opção vegetariana em todas as refeições. Isso tem um efeito que as pessoas não têm ideia [na redução das emissões]. Na cultura das empresas de catering [fornecimento de alimentação], foi uma quebra de paradigma, eles não tinham nem receitas para isso”, disse Tania Braga. Segundo ela, entre 13 mil e 14 mil refeições devem ser servidas até o fim das competições.
Mitigação
Para compensar o impacto ao meio ambiente, a Rio 2016, por meio de uma de suas patrocinadoras, a empresa estadunidense de produtos químicos Dow, promove tecnologias capazes de mitigar gases de efeito estufa produzidos em atividades econômicas consideradas mais prejudiciais ao planeta, como o setor industrial, agropecuário e o de construção.
Com esse compromisso, a Dow ampliou a oferta de tecnologia limpa em cidades brasileiras e países da América Latina e desenvolveu projetos para melhorar o isolamento térmico de edificações e reduzir gastos com ar-condicionado, e para restaurar pastagens e aumentar a produtividade das lavouras, por exemplo. Toda as emissões que as empresas parceiras da companhia estadunidense deixarem de gerar com a parceria gerará créditos de carbono para abater os impactos da Olimpíada do Rio 2016.
“Temos os 2 milhões [de emissões], isso está comprovado, verificado por terceiro, mas o mais importante para a gente é mostrar alternativas economicamente viáveis, para os pecuaristas, por exemplo, reduzirem impactos de atividades no longo prazo”, disse Tania.
Os detalhes da parceria com a Dow e a meta de mitigação da Rio 2016 serão divulgados na segunda-feira (1), no Centro de Mídia, no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca.
Como legado, a Rio 2016 informou que lançará um programa de computador para ajudar no cálculo de emissões de eventos menores. A ferramenta estará disponível no site Observatório do Clima, após as Paralimpíadas, no fim de setembro.
O acordo global para limitar o aquecimento do planeta foi firmado na Conferência do Clima em Paris, em 2015. O compromisso valerá a partir de 2020 e está fundamento em pesquisas científicas que mostram que se a temperatura não parar de subir, o planeta sofrerá efeitos devastadores.
Edição: Luana Lourenço
Fonte: Agência Brasil
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