Os queimadores ou ‘flares’ processam 6.500 m³ por hora – foto: divulgação |
A geração de créditos de carbono é uma das ‘moedas universais’, instituídas pelo Protocolo de Kyoto, implantado em 1997, que estabeleceu ao mundo metas de redução de emissão de gases na atmosfera. A partir daí, cada tonelada de CO2 não emitida ou retirada da atmosfera por um país em desenvolvimento pode ser negociada no mercado mundial.
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Essa iniciativa levou a Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp) a se certificar no tratamento de gases para a geração de créditos de carbono por meio da queima limpa de gases no Aterro Sanitário, localizado no KM 19 da rodovia AM-010.
“Alguns países pagam pelo crédito de carbono gerado por cidades que se propõem a reduzir a emissão de gases. Nesse caso, o Aterro Sanitário efetua a queima limpa do metano e CO2, originados da gestão do lixo, para gerar os créditos”, explicou Lucas Costa, engenheiro ambiental responsável pela Usina de Biogás do Aterro Sanitário.
Longe da capacidade máxima, a usina de biogás já é um projeto vitorioso, mas, nos próximos anos, pretende elevar o volume de carbono eliminado com a queima limpa. Atualmente, os queimadores ou ‘flares’ processam 6.500 m3 por hora.
“Estudos feitos dentro do projeto mantido pela prefeitura apontam que usamos entre 30% a 40% do volume gerado pelo Aterro, por conta dos limites da rede já existente. Por isso, queremos ampliar essa rede em 2017”, revelou Paulo Farias, secretário da Semulsp e responsável pela implantação do projeto em 2008.
O projeto de queima limpa de gases do Aterro de Manaus é um dos poucos na Região Norte, que conta apenas com mais um modelo localizado em Belém (PA). “É um trabalho muito sério e que coloca Manaus dentro das perspectivas positivas de busca pela sustentabilidade”, reforçou Paulo Farias.
Para ampliar a quantidade de gases eliminados, a Semulsp tem a expectativa de receber equipamentos de uma usina fechada em Belém (PA). Com isso, o Aterro Sanitário de Manaus poderia eliminar, em média, 55 mil toneladas de carbono. “Ampliar a rede é uma tarefa difícil, pois requer uma escavação cuidadosa e a implantação de nova tubulação. Por isso, já estamos realizando estudos pela equipe assentada no Aterro”, disse João Gomes, encarregado de campo da Usina.
Os aterros sanitários são locais para onde os resíduos sólidos urbanos podem ser destinados. Diferentemente dos lixões (depósitos a céu aberto), nos aterros sanitários existe toda uma preparação do solo para que não haja contaminação do lençol freático e das áreas de entorno, assim como o monitoramento do ar para que sejam verificadas as emissões de gases provenientes dos resíduos enterrados ali.
O gás emitido durante a decomposição dos resíduos sólidos em um aterro é chamado de biogás e sua composição pode variar, levemente, dependendo dos tipos de resíduos descartados ali e suas características. Porém, basicamente, esse gás é composto por dióxido de carbono e metano, dois dos principais gases causadores do efeito estufa.
Gases gerados nos aterros sanitários geralmente são tratados através da queima direta em flares para que o metano contido nele possa ser transformado em dióxido de carbono, que possui um potencial poluidor várias vezes menor que o metano.
Fonte: Em Tempo
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