Brasil pode produzir 10 bi de litros de etanol de segunda geração até 2025, diz ONU
terça-feira, abril 19, 2016
Para cumprir os compromissos firmados na 21ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 21), no último mês de dezembro, em Paris, o Brasil precisa diminuir suas emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025.
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Uma saída está em investimentos na ampliação de biocombustíveis derivados da cana-de-açúcar na matriz energética brasileira, como o etanol de segunda geração, diz relatório da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), órgão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
De acordo com o documento Second generation biofuel markets: state of play, trade and developing country perspectives, publicado em fevereiro, o país tem capacidade para produzir 10 bilhões de litros de etanol de segunda geração até 2025. O relatório é o segundo divulgado pelo órgão na área e segue a proposta de ouvir especialistas de diversas instituições ao redor do mundo para traçar um panorama global dos desafios e oportunidades do setor.
Nesta edição o documento se concentra em analisar como as oportunidades de mercado surgidas com o aumento da produção de biocombustíveis de segunda geração podem ser capitalizadas por países em desenvolvimento interessados em se engajar no setor para cumprir os compromissos firmados na COP 21, promovendo ainda transferência de tecnologia.
"Por meio de um mapeamento das iniciativas em etanol celulósico e das lições políticas recentes em todo o mundo, o relatório da UNCTAD busca proporcionar aos gestores públicos e à iniciativa privada um panorama do setor de biocombustíveis avançados produzidos a partir de biomassa, também conhecidos como de segunda geração, que se tornaram uma realidade comercial, uma alternativa energética que não compete com a produção de alimentos", explica Laís Forti Thomaz, que participou da elaboração do documento e é pesquisadora do (INCT-Ineu), apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela FAPESP.
O primeiro relatório da UNCTAD sobre o estado das tecnologias de biocombustíveis, em 2007, destacava um setor de grande potencial, mas ainda muito longe dos mercados. Com as nações assumindo compromissos em 2015, na COP 21, e a produção de biocombustíveis de segunda geração em escala comercial finalmente decolando, o desafio agora é saber como aproveitar as oportunidades do mercado.
Nesse sentido, o relatório apresenta sugestões para o desenvolvimento responsável da indústria de biocombustíveis de segunda geração - entre elas, a criação de marcos regulatórios para o mercado de bioenergia avançada adaptados às circunstâncias nacionais, concentrando-se nas demandas locais existentes; a promoção de cooperação entre organizações nacionais e empresas estrangeiras a fim de facilitar a transferência de tecnologia; e o combate a bloqueios ao desenvolvimento industrial em setores e tecnologias específicos, como os biomateriais.
Também é defendida uma maior flexibilidade para que os agentes de mercado que operam biorrefinarias atuem em outros segmentos, como materiais, alimentos e energia.
"Essas sugestões são importantes, por exemplo, para que o país evite o surgimento de um grande fosso tecnológico entre a primeira e a segunda gerações de etanol. É preciso continuamente promover o diálogo técnico entre as diferentes áreas de produção dos biocombustíveis avançados", diz Thomaz.
Litro a litro
O mercado mundial de etanol celulósico é liderado pelos Estados Unidos, com seus 490,37 milhões de litros, que representam 34% do total. Em seguida estão a China, com 340,19 milhões, equivalentes a 24%; o Canadá, com 303,45 milhões (21%); o Brasil, com 177,34 milhões (12%); e a União Europeia, com 130,83 milhões (9%).
Para atingir a marca de 10 bilhões até 2025, diz o relatório, o Brasil precisa avançar na moagem de cana e na modernização e integração das produções de etanol de primeira e segunda geração nas usinas existentes. Também é necessária a construção de novas unidades exclusivamente voltadas ao biocombustível celulósico.
Com a modernização de 81 plantas em operação, cuja capacidade de moagem somada alcança 275 milhões de toneladas de cana por ano, seriam produzidos 5 bilhões de litros até 2025. Os 5 bilhões restantes viriam de acréscimos de 100 milhões de toneladas de cana na moagem por parte de 80% das empresas do setor, que levariam à produção de 1,5 bilhão de litros, e da produção nas novas unidades, que, segundo o relatório, responderiam pela produção de 3,5 bilhões.
A íntegra do relatório Second generation biofuel markets: state of play, trade and developing country perspectives está disponível para download. Além de Thomaz, participaram da elaboração do documento representantes de outras instituições brasileiras, entre elas a Universidade de São Paulo (USP), a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) e a Associação Brasileira de Biotecnologia Industrial (ABBI).
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Uma saída está em investimentos na ampliação de biocombustíveis derivados da cana-de-açúcar na matriz energética brasileira, como o etanol de segunda geração, diz relatório da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), órgão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
De acordo com o documento Second generation biofuel markets: state of play, trade and developing country perspectives, publicado em fevereiro, o país tem capacidade para produzir 10 bilhões de litros de etanol de segunda geração até 2025. O relatório é o segundo divulgado pelo órgão na área e segue a proposta de ouvir especialistas de diversas instituições ao redor do mundo para traçar um panorama global dos desafios e oportunidades do setor.
Nesta edição o documento se concentra em analisar como as oportunidades de mercado surgidas com o aumento da produção de biocombustíveis de segunda geração podem ser capitalizadas por países em desenvolvimento interessados em se engajar no setor para cumprir os compromissos firmados na COP 21, promovendo ainda transferência de tecnologia.
"Por meio de um mapeamento das iniciativas em etanol celulósico e das lições políticas recentes em todo o mundo, o relatório da UNCTAD busca proporcionar aos gestores públicos e à iniciativa privada um panorama do setor de biocombustíveis avançados produzidos a partir de biomassa, também conhecidos como de segunda geração, que se tornaram uma realidade comercial, uma alternativa energética que não compete com a produção de alimentos", explica Laís Forti Thomaz, que participou da elaboração do documento e é pesquisadora do (INCT-Ineu), apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela FAPESP.
O primeiro relatório da UNCTAD sobre o estado das tecnologias de biocombustíveis, em 2007, destacava um setor de grande potencial, mas ainda muito longe dos mercados. Com as nações assumindo compromissos em 2015, na COP 21, e a produção de biocombustíveis de segunda geração em escala comercial finalmente decolando, o desafio agora é saber como aproveitar as oportunidades do mercado.
Nesse sentido, o relatório apresenta sugestões para o desenvolvimento responsável da indústria de biocombustíveis de segunda geração - entre elas, a criação de marcos regulatórios para o mercado de bioenergia avançada adaptados às circunstâncias nacionais, concentrando-se nas demandas locais existentes; a promoção de cooperação entre organizações nacionais e empresas estrangeiras a fim de facilitar a transferência de tecnologia; e o combate a bloqueios ao desenvolvimento industrial em setores e tecnologias específicos, como os biomateriais.
Também é defendida uma maior flexibilidade para que os agentes de mercado que operam biorrefinarias atuem em outros segmentos, como materiais, alimentos e energia.
"Essas sugestões são importantes, por exemplo, para que o país evite o surgimento de um grande fosso tecnológico entre a primeira e a segunda gerações de etanol. É preciso continuamente promover o diálogo técnico entre as diferentes áreas de produção dos biocombustíveis avançados", diz Thomaz.
Litro a litro
O mercado mundial de etanol celulósico é liderado pelos Estados Unidos, com seus 490,37 milhões de litros, que representam 34% do total. Em seguida estão a China, com 340,19 milhões, equivalentes a 24%; o Canadá, com 303,45 milhões (21%); o Brasil, com 177,34 milhões (12%); e a União Europeia, com 130,83 milhões (9%).
Para atingir a marca de 10 bilhões até 2025, diz o relatório, o Brasil precisa avançar na moagem de cana e na modernização e integração das produções de etanol de primeira e segunda geração nas usinas existentes. Também é necessária a construção de novas unidades exclusivamente voltadas ao biocombustível celulósico.
Com a modernização de 81 plantas em operação, cuja capacidade de moagem somada alcança 275 milhões de toneladas de cana por ano, seriam produzidos 5 bilhões de litros até 2025. Os 5 bilhões restantes viriam de acréscimos de 100 milhões de toneladas de cana na moagem por parte de 80% das empresas do setor, que levariam à produção de 1,5 bilhão de litros, e da produção nas novas unidades, que, segundo o relatório, responderiam pela produção de 3,5 bilhões.
A íntegra do relatório Second generation biofuel markets: state of play, trade and developing country perspectives está disponível para download. Além de Thomaz, participaram da elaboração do documento representantes de outras instituições brasileiras, entre elas a Universidade de São Paulo (USP), a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) e a Associação Brasileira de Biotecnologia Industrial (ABBI).
Fonte: Udop - retirado de Notícias Agrícolas
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