Usina mista solar e eólica em Tacaratu (PE). Fatia de renováveis no Brasil poderia chegar a 90%. Crédito: Thiago Queiroz/Estadão |
O relatório REmap: Roadmap for a Renewable Energy Future (Caminho para um Futuro das Energia Renovável) recomenda ações para que a fatia de renováveis salte nos próximos 14 anos de atuais 18% para 36%. Esse aumento, aliado a outras ações de melhoria da eficiência energética, poderia limitar o aumento da temperatura média global a 2°C em relação aos valores de antes da Revolução Industrial, aponta o estudo.
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Isso porque, com a mudança energética, seria evitada a emissão de 12 gigatoneladas de CO2 na atmosfera. O gás, emitido principalmente pela queima de combustíveis fósseis (como carvão e petróleo), é o principal contribuinte para o efeito estufa, que provoca o aquecimento do planeta e as mudanças climáticas. Esse total é cinco vezes maior que o que foi prometido pelos países no Acordo de Paris de redução por meio de energias renováveis.
As vantagens para o clima teriam impacto na saúde e na economia. Pelos cálculos do trabalho, menos poluição do ar pouparia 4 milhões de vidas por ano. Seriam gerados 24,4 milhões de empregos no setor em 2030 (em 2014 eram 9,2 milhões), e o PIB global seria alavancado em US$ 1,3 bilhão.
Irena é uma organização intergovernamental que apoia países em sua transição para um futuro energético mais sustentável. É a segunda vez que eles fazem esse relatório. Na versão atual, foram analisadas as ações atuais e as potenciais de 40 países do mundo, que juntos respondem por 80% da energia global utilizada.
Para o Brasil, aponta o estudo, seria possível elevar para 90% a participação de renováveis na geração de energia elétrica no Brasil até 2030 se a oferta global dobrar até aquele ano. Hoje é em torno de 73%.
De acordo com o trabalho, os planos atuais dos países elevam a fatia das renováveis para apenas 21% da produção energética do mundo até 2030. Para chegar aos 36% propostos, calculam os pesquisadores, seria necessário um investimento anual de US$ 770 bilhões até 2030, o que elevaria os custos do sistema de energia em US$ 290 bilhões por ano. Mas os gastos, dizem os autores, seriam superados em 15 vezes pelos ganhos. “Dobrar a participação de renováveis não só é factível como mais barato do que não fazê-lo”, defendeu Adnan Amin, diretor-geral da Irena em comunicado distribuído à imprensa.
O relatório defende que é preciso investir em renováveis não somente para geração de energia elétrica, mas também em transporte (com carros elétricos e biocombustíveis), edificações e indústria, além de em processos de aquecimento e esfriamento.
Fonte: Blog Estadão - retirado de Biomassa&Bioenergia
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